Vejam as fotos...

da visita a Exposição MODERNOS 80/90 no Instituto Tomie Ohtake

http://picasaweb.google.com.br/DulceDedino/ExposiOMODERNOS8090

Nova Atividade Agendada


Visita à exposição e atividade no Ateliê: 80/90 MODERNOS, PÓS-MODERNOS ETC. No INSTITUTO TOMIE OHTAKE.
Propõe-se a focar artistas surgidos e consolidados entre os meados das décadas de 80 e 90. Sessenta e oito nomes, entre os quais estão Adriana Varejão, Alex Flemming, Beatriz Milhazes, Luiz Hermano e Nuno Ramos, dão conta da visão dessa época em 87 trabalhos. A curadoria é de Agnaldo Farias. R. Coropés, 88, Pinheiros, região oeste, tel. 2245-1900.
Dia 5 de julho. Informações no NASF com Dra. Dulce. Vagas Limitadas.

Ações de Clínica Ampliada- Exposição

Todas as Fotos!
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Relato da visita à Exposição do Artista Plástico Arthur Lescher

Local: Instituto Tomie Ohtake
Data: 01/08/2006
Público: Participantes do Grupo de Expressão e do Grupo de psicoterapia

Saimos do NASF por volta das 13:00 hs, quando chegamos ao Instituto Tomie Ohtake fomos recepcionados por dois monitores - que nos acompanharam durante toda a visita e oficina.

Ao iniciarmos a visita cada um se apresentou.
Os monitores iniciaram um diálogo para saber o que eles esperavam encontrar nessa visita, o que imaginavam que iriam ver:
Uma paciente disse que veria coisas antigas, outro disse que estava imaginando que iria encontrar esculturas, um outro ainda falou que não tinha nenhuma idéia do que iria encontrar

Percebemos que essa introdução foi interessante, porque já nos possibilitou entrar em contato com a idéia de arte que povoa o imaginário dos pacientes.
Os pacientes foram falando - diferença entre arte moderna x arte contemporânea.
Arte contemporânea - todo tipo de material pode ser aproveitado e serviria para expressar o que o artista pretendia comunicar, ou seja tudo pode ser visto como arte e tudo pode servir para fazer arte, depende do olhar e da sensibilidade de cada um.

Passado esse primeiro aquecimento, iniciamos a visita às instalações: havia uma sala onde era projetado um vídeo, contando um pouco sobre o autor. Essa sala despertou pouco interesse dos pacientes.

Numa outra sala, havia uma obra em que toda a sala foi utilizada para a sua montagem: havia um grande vidro preto, dando a impressão de profundidade colocado no chão de uma ponta a outra da sala e ao fundo duas grandes bobinas de papelão que começavam no chão e depois ficavam suspensas, sugerindo algo como um redemoinho, algo que não tem fim ou que não podemos saber onde termina.

As pessoas começaram a circular pela sala e todos ficaram livres para vivenciar a proposta do artista

Foi muito interessante os comentários que iam surgindo a medida que atravessavam este espelho fixado ao chão :
- sentiram dificuldades em atravessar o espelho
- sensação de perda do equilíbrio, medo de cair
- diziam: é como se estivessem caindo num abismo
- como se estivesse entrando numa outra sala,
- muito receio em atravessar o chão espelhado, sentindo que era como se houvesse algo que lhe puxava para baixo.

Depois que conseguiram fazer essa travessia parecia que tinham conseguido cumprir uma difícil tarefa, que os tornavam mais fortalecidos por terem conseguido ultrapassar os medos e sensações de contato com algo desconhecido suscitada por esta instalação.

Tudo parecia muito novo e também estranho para essas pessoas. Parecia que se deliciavam experimentando novas percepções, sensações e possibilidades, como se fossem ampliados os seus limites, possibilitando novas vivências jamais experimentadas e como esse novo assusta e seduz!

Outra sala: uma espécie de colchão d’água.
No fundo da sala havia também uma tela de projeção em que era passada a travessia de uma pessoa por este colchão.
Tudo feito muito devagar como se o artista quisesse mesmo mostrar que podemos funcionar em outra dimensão, quando queremos.

As sensações de estarem descobrindo algo era visível. Diziam:
a sensação era de flutuação, de leveza , de fluidez, ao mesmo tempo que tinham que manter um certo equilíbrio para poder fazer a travessia, caso contrário poderiam cair.

Observamos que eles ficavam muito curiosos em saber o que o artista queria comunicar com aqueles trabalhos e construíam algumas teorias como:
na tela, ele mostra como devemos andar nesta superfície, devemos apoiar o pé por inteiro e então podemos até ter a sensação de que estamos ‘’voando’’.

Fica bastante evidente que esses contatos possibilitaram, realmente, uma ampliação de suas possibilidades em todos os sentidos.

Terminada a visita fomos para uma outra sala, onde seria realizada a oficina.
Acompanhados por uma artista plástica e dois monitores.
A idéia era que os pacientes pudessem produzir algo com os diferentes materiais que estavam na sala: caixas de papelão, barbantes, plástico bolha, flanelas, fita gomada, papel de seda, fitas coloridas, tesouras, etc.

Dividiram-se em três grupos e começaram a se movimentar e se relacionar com os materiais disponíveis. Cada grupo pode construir uma obra ou se quisermos uma instalação artística.

Foi muito interessante observar a movimentação e interesse dos pacientes em produzir algo seu.

Houve um grupo que utilizou um grande espaço da sala, fazendo algo que flutuava apoiado por barbantes e fios , essa utilização do espaço já nos diz muito do espaço que esses pacientes sentem que podem dispor nas suas vidas. Outros se limitaram a trabalhar utilizando apenas um canto da sala.

Finalizada a oficina, os pacientes se posicionaram em relação aos trabalhos produzidos por seus colegas, interpretando e dizendo o que cada um suscitava neles. Falaram em:
-equilíbrio e a falta deste
-em espaço (como esse espaço pode ser utilizado e como pode se relacionar com o que já existe no ambiente).
-falaram em leveza e flutuação
-no quanto que eles gostariam que o seu trabalho pudesse refletir no ambiente.

Os monitores estimularam muito nossos pacientes, acolhendo todos os seus comentários com bastante interesse.
Fato esse por si só de maior relevância, tendo em vista a tão baixa auto-estima apresentada por esses pacientes.
- Baixa auto-estima por estarem afastados do trabalho, referência tão fundamental na vida de qualquer ser humano.
- Por se sentirem discriminados por estarem com problemas de ordem emocional, enfim por uma série de aspectos que os fazem sentirem-se menor e diferente dos outros.